Do amor de si mesmo
Enquanto falava com você, quis te morder, e mordi, sei que não sentiu.
Foi uma mordida etérea.
Quis pegar um pouco de você pra mim. E peguei, peguei somente as borboletas, elas ficaram no estômago. Faziam-me gargalhar. Pedi pra que se calassem, mas não me obedeceram, continuaram com sua esplendorosa festa em meu estômago.
Te abracei e senti seu perfume, era bom. Seu perfume fez as borboletas soltarem um pólen das asas. Calafrio.
Questionei David Hume, meu mais novo amigo. Ele matou as borboletas do meu estômago. Mas colocou um sorriso no meu rosto.
Era parecido com o sorriso que você me deu hoje, aquele mais sincero. Lábios de curiosidade, abertura de escárnio, sorrir com o olhar, fascinante porque tem maldade.
Um sorriso pra angariar crédito e confiança, foi o que David falou.
Pra você me manipular. Pra eu te manipular.
Marcadores: Devaneio
4 Comments:
Ora ou outra notam-se os sentimentos tão paradoxais ao Iluminismo, que este último, e nesse contexto, torna-se não somente a vazão do desespero, mas um alívio no abrir dos olhos porque o amor de si mesmo não é tão maior que o amor que sentem por ti.
Aí então seria amor ou temor? Vou mandar um e-mail perguntando ao David : )
Como não amar "Bondelaire"?
Edna, estou encantada. Talvez ler o seu blog seja um caminho para eu recuperar a passionalidade da sucessão de minutos que as vezes sou... talvez também construa um blog e não me sinta mais sozinha nos exercícios literários de foder a vida, de foder na vida, e de gozar transformando tudo em poesia...
Marina, realmente estou feliz!
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